Pescadores de robalos
Adorei o post do meu amigo FC, daí o plágio...
Segundo poema do pescador
Pescando robalos no meio do canal
a lua de quarto deslocando-se lentamente
as areias cintilantes e as estrelas
cadentes que brilham de seu próprio apagamento
respiro o iodo o sal o vento
o cheiro a salsugem e penso que tudo não é senão o que já não é
e que o momento em que isto digo
é já outro momento
Por isso quando vou à pesca eu não vou só à pesca
procuro o peixe e o sentido ou talvez a ausência dele
toda a minha atenção se fixa e se concentra
há um robalo que não há e que só eu pressinto
não é ciência nem técnica é algo mais
de pé no meio do canal
lançando e recolhendo a linha
como quem escreve sobre as águas
a mesma pergunta interminavelmente
enquanto caem estrelas e as palavras
como elas fulguram em seu arder.
Manuel Alegre, in Senhora das Tempestades
a lua de quarto deslocando-se lentamente
as areias cintilantes e as estrelas
cadentes que brilham de seu próprio apagamento
respiro o iodo o sal o vento
o cheiro a salsugem e penso que tudo não é senão o que já não é
e que o momento em que isto digo
é já outro momento
Por isso quando vou à pesca eu não vou só à pesca
procuro o peixe e o sentido ou talvez a ausência dele
toda a minha atenção se fixa e se concentra
há um robalo que não há e que só eu pressinto
não é ciência nem técnica é algo mais
de pé no meio do canal
lançando e recolhendo a linha
como quem escreve sobre as águas
a mesma pergunta interminavelmente
enquanto caem estrelas e as palavras
como elas fulguram em seu arder.
Manuel Alegre, in Senhora das Tempestades
1 Comments:
Este poema está realmente muito bem conseguido. A pesca é algo de extraordinário que nem todos conseguem sentir com a mesma emoção.
Parece algo de outro planeta mas certo é que quem vê a pesca com outros olhos pressente o peixe, o vento, as ondas.
Todos os momentos são unicos e o momento em que digo isto é já outro momento.
Grande abraço, obrigado por visitar o meu blog
By Anónimo, at 5:28 da tarde
Enviar um comentário
<< Home