Maresia na Costa

29 novembro 2005

Este leva que contar...

(Clique na foto para ampliar)

Pois é..., estava eu numa das minhas pescarias habituais quando ferro um robalote e toca de trabalhar o bicho que aquilo até não é tão fácil como alguns julgam.

Depois de trabalhado algum tempo lá vem o peixe para cima de água, deve ter uns 3 kgs, penso eu, toca de preparar o cesto/rabeca que isto de um gajo sozinho por o zingarelho a trabalhar a 65 metros de altura não é fácil.

Nessa altura reparei no turista da foto que filmava a cena todo entusiasmado, bem..., lá continuei com a faina e por fim a rabeca lá chegou abaixo, mas o raio do peixe não entrava nem por nada, puxo mais um pouco, folgo depois de passar aquela onda e pimba, já lá está dentro, toca a puxar a corda do cesto. Puxa que puxa e finalmente cá em cima, o “camone” apreciava extasiado.

Pega lá tu agora no cesto que eu também quero uma foto, disse-lhe eu, não sei se entendeu o que eu disse, mas os gestos percebeu.

Aí está ele a segurar na rabeca, com o peixe lá enfiado, com os opérculos fechados e a cauda aberta em leque firme pois acabou de ser capturado, é ainda visível o angulo formidável do mar e ao fundo o Farol do Cabo de S. Vicente.

Este leva que contar quando voltar para casa... que irá dizer dos pescadores portugueses?...

12 novembro 2005

A Pesca à Chumbadinha

A pesca à chumbadinha é uma pesca extremamente gratificante e porventura uma das que permite bons resultados em zonas de fundos rochosos e mistos.

A montagem para a chumbadinha é extremamente simples, pois apenas consiste num estralho com cerca de 4 m e a dita chumbadinha de correr até ao anzol. As chumbadinhas são todas furadas e o seu peso é condicionado pelo estado do mar, deve ser o mais ligeiro possível, normalmente entre as 5 e as 15/20 gramas, estas últimas só para mares já bem revoltos.

Também se pode pescar directo se o carreto estiver com um fio de 0,20 a 0,25 mm, se o fio do carreto for mais grosso opta-se pelo tal estralho, a não ser que estejamos a pescar aos robalos, aí a conversa já é outra, podendo pescar-se mais grosso.

Para esta pesca e para que possamos colocar a chumbadinha longe, as canas a utilizar devem ser bastante sensíveis, acção máxima de 80-100 grs, e com cerca de 4 a 5 metros, os carretos de bóia são excelentes para esta pesca.

Não tenham receio de pescar com a chumbadinha encostada à iscada pois dado que o volume da iscada oferece mais resistência à movimentação da água leva a que esta afaste a iscada da chumbadinha.

Aliás, logo no lançamento, quando o isco e chumbo tocam na água, estes separam-se de imediato, pois o chumbo desce mais depressa que o isco, por este ser mais volumoso e menos hidrodinâmico desce mais devagar.

A acção da aguagem ou corrente faz o resto. Não tenham pois receio que o chumbo fique perto do isco e afugente o peixe, pois tal não acontece.

Pesca-se sempre com a cana na mão e o fio ligeiramente folgado a sentir o mar. Se este puxar deixa-se ir a linha mantendo-a ligeiramente esticada e quando o mar a traz acompanha-se com a cana enrolando um pouco.

Em dias sem vento é impressionante o grau de sensibilidade que temos com esta pesca. Quase que é possível sentir a iscada a rodar.

Preparem-se pois para sentir bastantes toques, notem que só deve ferrar-se quando o peixe arranca mesmo. Por vezes também é habitual o peixe embuchar e ficar sossegadinho sem estrebuchar, por isso de vez em quando devemos recolher 1 ou 2 metros, voltando a folgar quando fizer alguma aguagem.

Experimentem este tipo de pesca, vão gostar!